sábado, 9 de agosto de 2025

Cantiga Ribeirinha

 No mundo não há meu par,
se minha sorte é tamanha;
por vós, senhora estranha,
já morro sem vos falar.

Branca e vermelha, quereis
que eu diga, doce alegria,
quando vos vi certo dia?
Mau dia foi que acordei.

Desde esse dia, senhora,
má sorte veio até mim;
e vós bem sabeis, enfim,
fiel vos guardo, embora

nunca de vós merecer
joia, prenda ou coisa bela,
nem mesmo o valor d’uma ela
correia só por prender.

Louçana

Estrofe 1
A de muito bom parecer
mandou o adufe tanger:
Louçana, de amores morro eu.

Estrofe 2
A de muito bom andar
mandou o adufe soar :
Louçana, de amores morro eu.

Estrofe 3
Mandou o adufe soar,
não lhe davam repousar:
Louçana, de amores morro eu.

Estrofe 4
Mandou o adufe tanger,
não lhe davam bem viver:
Louçana, de amores morro eu.

Marinha Crespa

Estrofe 1                                                Cancioneiro
Marinha Crespa, sabedes achar
No paço sempre um bom lugar,
Que faz a todos mui bem pensar
De vós, assim diz o verbo antigo
Refrão:
“A boi velho não busques abrigo.”

Estrofe 2
No frio inverno sabeis prender
Lugar ao fogo, junto ao comer,
Pois não se sabe o que vai trazer
De vós, assim diz o verbo antigo
Refrão:
“A boi velho não busques abrigo.”

Estrofe 3
E em mês de abril, quando o vento vem,
O vosso abrigo vos serve bem,
E como o boi, no prado, também
De vós, assim diz o verbo antigo
Refrão:
“A boi velho não busques abrigo.”


sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Tu, que ora vens de Montemor,

CANTIGA DE AMOR DE REFRAU 


Tu, que ora vens de Montemor;  GF E-CDE-DC
Tu, que ora vens de Montemor,
dá-me notícias do meu amor,
dá-me notícias do meu amor;
 que se as não tiver 
viverei penado 
e ela em pecado 
por me não valer, 
a mim, malfadado, 
tão enamorado, 
sem dela saber. 
Tu, que ora viste os olhos seus, 
Tu, que ora viste os olhos seus, 
dá-me notícias dela, por Deus, 
dá-me notícias dela, por Deus; 
que se as não tiver
 viverei penado 
e ela em pecado
por me não valer, 
a mim, malfadado, 
tão enamorado, 
sem dela saber.